Numa selva mágica e escondida, onde os rios cantavam melodias cristalinas e as árvores sussurravam segredos antigos ao vento, vivia um cãozinho muito especial chamado Bozo. Esta não era uma selva comum. Aqui, as flores brilhavam com luz própria ao anoitecer, os cogumelos serviam de trampolins para os macacos brincalhões e os papagaios não só repetiam palavras, como também contavam piadas e davam conselhos (nem sempre os melhores, mas sempre com boas intenções).
Bozo vivia numa clareira aconchegante, numa cabana feita de bambu entrelaçado e folhas largas, com a sua amada Mama e o seu querido Papa. Eles não eram cães, mas sim humanos que tinham encontrado Bozo, ainda um filhote minúsculo e perdido, e o tinham acolhido com todo o amor do mundo. Bozo era um cãozinho castanho com manchas cor de mel, orelhas caídas e uns olhos incrivelmente expressivos que pareciam entender tudo. Ele adorava correr pela selva, perseguir borboletas de asas iridescentes e brincar de esconde-esconde com os filhos dos capivaras perto do Rio Encantado. Para ele, a vida era uma aventura deliciosa, cheia de cheiros novos e amigos por todo o lado.
Numa manhã soalheira, enquanto Bozo perseguia um esquilo particularmente ágil que parecia feito de arco-íris, sentiu uma comichão estranha nas costas, bem entre as omoplatas. "Que esquisito," pensou ele, parando para se coçar vigorosamente contra o tronco de uma árvore de casca macia. A comichão persistiu durante vários dias, tornando-se cada vez mais intensa. Mama e Papa notaram que Bozo andava um pouco inquieto e tentaram de tudo para o aliviar: banhos com ervas aromáticas da selva, massagens suaves, mas nada parecia adiantar.
Uma tarde, enquanto Mama lhe fazia festas na tentativa de o acalmar, sentiu dois pequenos inchaços duros sob o pelo de Bozo. "Papa, venha ver isto!" chamou ela, com uma ponta de preocupação na voz. Papa aproximou-se e examinou as costas de Bozo. Os inchaços eram simétricos, um de cada lado da coluna. Nos dias seguintes, os inchaços cresceram, e para espanto de todos, começaram a surgir pequenas penugens macias, da cor do chocolate mais rico.
Bozo olhava para trás, tentando ver o que se passava, confuso. Ele não sentia dor, apenas uma sensação estranha, como se algo estivesse a desabrochar. Mama e Papa ol